Balé de repertório, em francês ballet d’action, é o tipo de ballet que contém uma história dentro dele, que é representada através das danças. O balé de repertório precisa contar com um número razoável de bailarinos e coreografias para ser executado. É um conjunto de coreografias querendo contar uma história. Tem um conjunto de passos que deve ser seguido, minuciosamente (apesar de às vezes, o coreógrafo fazer adaptações, que devem sempre ser citadas).
Os balés de repertório contam uma história usando a dança, a música e a mímica. Foram montados e encenados durante o século XIX, e até hoje são remontados com as mesmas músicas e suas coreografias de origem, baseados no estilo da escola que vai apresentá-lo. Seguem tradicionalmente sua criação. No palco se apresentam os grandes bailarinos, o corpo de baiobs: normalmente as sequências de passos não podem ser mudadas. Exemplo: se a cena 1, tem um adágio, não se pode retirar para colocar um alegro.
São obras montadas antes do século XX que são patrimônio da Humanidade.
Essa é uma lista dos mais famosos balés de repertório:
- O Quebra Nozes:
É um dos três balés que Tchaikovsky compôs. Foi estreado em 17 de dezembro de 1892 no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, então a capital da Rússia imperial. Baseia-se na versão de Alexandre Dumas, pai de um conto infantil de E. T. A. Hoffmann, O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos. Devido à sua temática, é tradicionalmente encenado na época natalina.
Ato I
O ballet conta uma história em que a fantasia e magia, típicas do romantismo, contam as aventuras de um quebra-nozes de aparência humana, vestido como um soldado, mas que tem as pernas e a cabeça de tamanho desmensurado.
A protagonista, Clara, gostava tanto da sua aparência que o pediu como presente de Natal ao seu padrinho. Assim, o padrinho Herr Drosslmeyer, fabricante de relógios, disse: “Era precisamente para ti”. Logo em seguida, Clara experimenta-o e vê que ele quebra as nozes sempre sem perder o seu sorriso e também com grande eficácia. Seu irmão Fritz, que tinha visto o funcionamento do quebra-nozes, também quis usá-lo, mas escolhe as nozes maiores que havia no cesto. Então, o quebra-nozes, sendo usado grosseiramente pelo irmão dela, acaba tendo um de seus braços quebrados.
Diante das reclamações da pobre Clara, seu pai, o juiz Stahlbaun, entrega à filha o seu quebra-nozes como propriedade exclusiva, tendo Fritz que sair para brincar com os seus brinquedos.
Logo em seguida, Clara pega no chão o braço de quebra-nozes e o consola, abraçando-o até que ele durma, e ela mesma também acaba dormindo.
Clara então sonha que volta ao esconderijo onde havia colocado o seu quebra-nozes, mas encontra o salão cheio de ratazanas enormes que o seu padrinho Dosselmeyer criou. A casa desapareceu e no lugar onde ficavam os móveis estavam árvores gigantescas.
Não foi só isso que mudou: o Quebra-Nozes de Clara agora é um soldado de carne e osso e que tem às suas ordens um pelotão de soldados como ele.
Começa uma batalha entre as ratazanas e o pelotão do Quebra-Nozes. Jogando enormes sapatos até às ratazanas, os soldados vencem a batalha, e com isso o rei das ratazanas e seu exército fogem rapidamente.
O bosque se transforma numa linda estufa de inverno e o Quebra-Nozes transforma-se num lindo príncipe, que leva Clara até o Reino das Neves, onde a apresenta ao rei e à rainha. Fim do 1º Acto.
Ato II
Clara e o príncipe Quebra-Nozes despedem-se e seguem para o Reino dos Doces pelo Caminho da Limonada, onde pastéis de todos os reinos do mundo dançam com os dois.
Depois desse sonho tão mágico e fantástico, Clara acorda e percebe que havia sonhado, e fica triste por isso. Assim, vai se despedir do padrinho mago, que tinha ido para casa na companhia do sobrinho. Então, para surpresa de Clara, o tal sobrinho é na verdade o príncipe Quebra-Nozes. Assim acaba o 2º Ato.
O Quebra-Nozes no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
A versão de O Quebra-Nozes normalmente dançada pelo Ballet do Theatro Municipal carioca foi concebida pela bailarina e coreógrafa Dalal Achcar, estreou em 1981 e foi dançada completa nesse teatro novamente em 1983, 1984, 1985, 1986, 1992, 1994, 2001, 2007, 2010, 2011 e 2012 e em São Paulo em 2009. Compõe-se de um Prólogo com duas cenas, um Primeiro Ato e, após o intervalo, o Segundo Ato.
A primeira cena do Prólogo, bem rápida, transcorre em frente à casa dos Von Stahlbaum. “Através das janelas iluminadas podemos perceber o movimento dos preparativos para a festa de Natal.” A segunda cena do Prólogo mostra a festa de Natal na casa dos Von Stahlbaum. O misterioso doutor Drosselmeyer chama a atenção de todos com seus truques e mágicas e presenteia sua afilhada Clara com um quebra-nozes que imita um soldadinho. O irmão Fritz, com inveja, arrebata o quebra-nozes da menina e acaba por quebrá-lo. Mais tarde, quando os convidados já foram embora, Clara, que esqueceu o quebra-nozes junto à árvore de Natal, volta para apanhá-lo. O relógio anuncia a meia-noite. Clara, “sentada em uma cadeira, assusta-se com o ruído de ratos e com a estranha imagem do doutor Drosselmeyer, que faz com que a Árvore de Natal cresça à frente de seus olhos. Os bonecos adquirem vida e travam uma luta contra os ratos.” O quebra-nozes, que foi o capitão do pelotão de soldados, transforma-se num belo príncipe e convida Clara para acompanhá-lo numa visita a dois reinos encantados.
O Primeiro Ato transcorre no Reino das Neves. O Segundo Ato, no Reino dos Doces e Confeitos, onde Clara, a convite da Fada Açucarada, senta-se no trono real para assistir a uma sucessão de danças: espanhola, chinesa, árabe, russa, da Bombonière, das flores e ao Pas-de-deux da própria fada com o Príncipe Quebra-Nozes. “Finalmente todos dançam a valsa de despedida para Clara e o Príncipe, que retornam para casa. Será que Clara sonhou?”
- Coppélia:
É um balé cómico-sentimental com coreografia original de Arthur Saint-Léon, com libreto de Charles Nuitter, e música de Léo Delibes. Baseia-se num conto fantástico de E.T.A. Hoffmann intitulado “Der Sandmann” (“O homem da areia”) publicado em 1815. O balé estreou a 25 de Maio de 1870 na Ópera de Paris, com Giuseppina Bozzachi no papel principal. Um primeiro momento de sucesso foi interrompido pela Guerra Franco-Prussiana e pelo cerco de Paris, tornando-se, posteriormente, o balé mais representado na Opera Garnier. Foi o primeiro balé clássico a incluir danças folclóricas como czardas, mazurcas e polcas, dando cor local e realismo à ação. No Brasil estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 9 de maio de 1918, apresentado pela companhia de Ana Pavlova.
Ato I
Swanilda, a jovem mais bonita da aldeia, está noiva de Franz. Certo dia ele fica encantado por uma menina que todas as tardes dedica-se à leitura na janela da casa do Doutor Coppelius, um senhor que fabrica brinquedos e com uma reputação de bruxo. Ele faz de tudo para chamar a atenção dela: a chama para descer, convida-a para dançar, manda beijos, mas não obtém reação. Swanilda os flagra e promete vingar-se. Ela acaba por interrogar Franz sobre o acontecido, durante uma discussão. Muda a cena. Na praça, os camponeses estão a dançar a mazurca enquanto Swanilda e Franz fazem um encontro forçado pelos amigos. Swanilda diz não ouvir o barulho de seu trigo, mas ele insiste que ouve, o que significaria a harmonização do amor entre o casal. Os jovens e Franz decidem fazer uma brincadeira com doutor Coppelius, na qual sua chave fica caída no chão e Swanilda e suas amigas pegam-na e entram na casa do Doutor coppelius.
Ato II
Interior da casa do dr. Coppelius.
Swanilda descobre que a Coppelia, a tal menina dedicada à leitura, na realidade é uma boneca. Nesse momento, o dr. Coppelius entra e flagra as moças, que fogem, mas Swanilda permanece escondida na varanda de Coppelia e resolve vestir sua roupa e fingir ser a boneca. Vários bonecos e bonecas dançam: escocesas, espanholas, arlequins, como também o repertório amigas de Coppélia, etc. Doutor Coppelius, intencionando insuflar vida a Coppelia e não percebendo ser Swanilda, começa a realizar mágicas. Pensa ter conseguido quando Swanilda dança, mas teima com o dr. Coppelius ao mexer nos bonecos e é mandada de volta para a varanda. Franz invade a casa atrás de Coppelia e Swanilda e eles se encontram. Tanto Franz quanto doutor Coppelius descobrem a verdade.
Ato III
Na aldeia, celebra-se o casamento de Swanilda e Franz. Após a noiva jogar o buquê, o Dr. Coppelius aparece se queixando da destruição de seus bonecos. Os noivos lhe dão então o dote de Swanilda como indenização. Ele vai embora satisfeito. Os noivos e depois todos os convidados dançam,e celebram a grande festa.
- O Lago dos Cisnes:
É um balé dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e com o libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. A sua estreia ocorreu no Teatro Bolshoi em Moscovo no dia 20 de fevereiro de 1877, sendo um fracasso não por causa da música, mas sim pela má interpretação da orquestra e dos bailarinos, assim como a coreografia e a cenografia. O balé foi encomendado pelo Teatro Bolshoi em 1876 e o compositor começou logo a escrevê-lo.
Ato I
No castelo realiza-se com toda a pompa o aniversário do príncipe Siegfried. A rainha oferece ao filho como presente um Baile e pede-lhe que, no dia seguinte, escolha uma esposa entre as convidadas da festa. Quando os convidados saem do castelo, um grupo de cisnes brancos passa perto do local. Enfeitiçado pela beleza das aves, o príncipe decide caçá-las.
Ato II
O lago do bosque e as suas margens pertencem ao reino do mago Rothbart, que domina a princesa Odette e todo o seu séquito sob a forma de uma ave de rapina. Rothbart transformou Odette e as suas donzelas em cisnes, e só à noite lhes permite recuperarem a aparência humana. A princesa só poderá ser liberta por um homem que a ame. Siegfried, louco de paixão pela princesa das cisnes, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago.
Ato III
Na corte da Rainha aparece um nobre cavalheiro e sua filha. O príncipe julga reconhecer na filha do cavalheiro a sua amada Odette, mas, na realidade, os dois personagens são o mago Rothbart e sua filha, Odile. A dança com o cisne negro decide a sorte do príncipe e da sua amada Odette: enfeitiçado por Odile, Siegfried proclama que escolheu Odile como sua bela futura esposa, quebrando assim o juramento feito a Odette.
Ato IV
Os cisnes brancos tentam em vão consolar a sua princesa. Odette, destroçada pela decisão do príncipe, aceita a sua má sorte. Nesse momento surge o príncipe Siegfried que explica à donzela como o mago Rothbart e a feiticeira Odile o enganaram. Odette perdoa o príncipe e os dois renovam os votos de amor um pelo o outro. Nesse momento aparece o mago Rothbart e tenta matar Odette.O príncipe corta as asas de Rothbart fazendo com que ele perca seus poderes.O príncipe, tendo renovado seus votos de amor se casa com Odette.
- Don Quixote:
Ballet em três atos baseado na obra homônima de Miguel de Cervantes.
Estréia: dia 26 de Dezembro de 1869, no Teatro Bolshoi pelo Ballet Imperial.
Prólogo: Levado pela visão de Dulcinéia, Dom Quixote começa sua aventura ao lado de seu fiel escudeiro Sancho Panza.
Ato I:Sevilha. Kitri, a filha de Lorenzo, está apaixonada por Basilio, mas decobre que seu pai quer casá-la com Gamache, um nobre. Dom Quixote e Sancho Panza entram na vila, provocando grande comoção. Ao olhar para Kitri, Dom Quixote pensa que achou sua Dulcinéia. Movidos pela idéia do casamento arranjado, Kitri e Basilio, aconselhados por Espada e Mercedes, decidem seguir Dom Quixote e Sancho Panza. Gamache e Lorenzo perseguem o casal.
Ato II:
Cena I: Acampamento cigano. Dom Quixote e Sancho Panza descobrem o casal fugitivo em um amigável acampamento cigano. Todos estão inspirados pelo clima de romance da noite. A visão de Dulcinéia aparece novamente para Dom Quixote, que percebe que Kitri não é sua idealizada, e que pertence a Basilio. De repente o vento ganha ímpeto. Dom Quixote então ataca os moinhos de vento, pensando que são gigantes ameaçando a segurança de Dulcinéia. Se sentindo miserável, ele cai em sono profundo.
Ato II:
Cena II: O sonho. Dom Quixote tem um sonho encantado com belas moças, onde a imagem de Kitri simboliza sua Dulcinéia.
Ato II:Cena III: É Aurora. Lorenzo e Gamache interrompem o sonho de Dom Quixote. Simpatizante do amor do jovem casal, Dom Quixote diz o caminho errado para os homens.
Ato II:
Cena IIII: A taverna. Finalmente descoberta, Kitri é forçada por Lorenzo a aceitar o casamento com Gamache. O frustrado Basilio comete ‘suicídio’. Sem saber da farsa, Kitri implora que Dom Quixote convença Lorenzo a desposar o ‘cadáver’. Então Basilio ‘ressucita’. Kitri vai se arrumar para o casamento enquanto Dom Quixote e Basilio agradecem Lorenzo e Gamache por terem aceitado o inevitável.
Ato III: O casamento. A vila celebra o matrimônio. Dom Quixote congratula o casal, dá um caloroso adeus e continua suas aventuras.
- La Fille Mal Gardée
A Filha Mal Guardada é um Ballet de múltiplas versões. Inclusive, o título varia muito, para: Lise e Colas, A Precaução Inútil, A Decadência de uma Fazenda, Os Rivais, A Maldosa Lise, A Filha Rebelde, etc. O próprio autor Jean Bercher, vulgo Dauberval, criou várias versões para melhor ter proveito financeiro desse Ballet. Que se trata da vida decadente de uma rica viúva, fazendeira, idosa, que não tinha mais lucidez para administrar a sua propriedade rural. Seus empregados não trabalhavam, saqueavam a fazenda e viviam mais para a dança. Pois, apresentavam ostentação de riqueza, fora dos seus padrões salariais. Ela tinha uma filha única, Lise, muito infantil, com idade mental atrasadíssima. Que chegou ao ponto de levar palmadas no traseiro. Por quanto, não tinha também as menores condições mentais para administrar a fazenda. Seus empregados a viviam assediando para dar o golpe econômico nesse patrimônio fundiário abandonado. Um peão, de nome Colas, conseguiu as graças dessa menina carente, que vivia isolada em sua fazenda no interior. Assim, o conquistador Colas a fez tornar-se uma verdadeira “colegial apaixonada”! Foi trazido um jovem, doente mental, conhecido por Alain, para casar com Lise. Mas, ela e os peões da sua fazenda, sem a devida formação educacional, o agrediram e ridicularizaram dele. Simone, sabedora da deficiência mental da filha, preferia que Lise casasse com Alain, inválido mental. Pois, era filho de um rico fazendeiro, para que assim fosse garantido o seu futuro e o da sua propriedade. Então, ela tranca a bobinha Lise em um quarto, no qual estava escondido o peão sedutor Colas. Assim, tiveram relações conjugais, impossibilitando o casamento com o doente mental. Tendo como resultado o casamento de Lise com Colas. O destino da idosa Simone, da inocente Lise e da fazenda fica por conta da imaginação de cada um.
Ato I:
O primeiro ato representa uma pequena aldeia, tendo a um lado a fazenda da viúva Simone. O dia amanhece. Lisa sua filha está apaixonada por Colas, um jovem camponês das redondezas. A mãe, entretanto, planeja casá-la com Alain, cujo pai, Thomas, possui um vinhedo e é muito rico. O primeiro ato transcorre numa série de qüiproquós e confusões, com os dois jovens apaixonados procurando fugir da severa vigilância materna. Destacam-se a dança das galinhas e dos gatos, no início; a dança da fita de Lisa; e o pas de deux de Lisa e Colas com a fita.
Ato II:
O segundo ato nos apresenta um trigal. A colheita foi feita e dos festejam alegremente. Thomas, querendo impressionar, trouxe um carrinho puxado por um pônei, onde coloca Lisa. Mas Alain é um perfeito imbecil. Uma tempestade dispersa a festa. Alain é arrastado pela força do vento.
Ato III:
O terceiro ato representa o interior da fazenda de Simone. Ela e a filha estão chegando encharcadas pela chuva. Simone tranca a porta e coloca a chuva, numa enorme corrente, dentro do bolso de sua saia. Em seguida, vai à troca fiar, e Lisa a ajuda a enrolar o fio. Logo, a velha adormece. Lisa tenta tirar a chave, mas a mãe acorda. Toma de um pandeiro, e as duas põem-se a dançar. Simone volta a dormir. Surge Colas no postigo da porta. Os dois jovens se beijam e se abraçam. Percebendo que Simone está acordando, Colas fecha o postigo, e Lisa volta a dançar. Batem à porta. São os aldeões que vêm a cobrar pelas suas jornadas. Simone lhes paga. Dança dos aldeões. Simone sai com os trabalhadores, mas deixa Lisa trancada. De repente, Colas surge do meio do monte de feixes. Os enamorados trocam juras de amor e seus lenços. Percebendo que Simone está de volta, Lisa esconde-o um quarto em cima da escada. A jovem finge que está varrendo, mas a velha desconfia de algo ao ver o lenço e pergunta onde arranjou. Lisa fica confusa, e Simone a tranca no mesmo quarto em que estava Colas. Batem à porta. Chegam Thomas, Alain e o notário da aldeia para celebrar o contato nupcial. Alain chama os camponeses para presenciarem a assinatura do contrato. Simone diz que Alain pode ir buscar a noiva no quarto, mas, assim que ele começa a subir a escada, Colas lhe barra o caminho. Em seguida surge Lisa. Os jovens se ajoelham e pedem que os deixem casar-se. O notário e os camponeses também intercedem por eles. A final, Simone dá seu consentimento, para sua tristeza para tristeza de Thomas e Alain. O bailado termina com uma alegre festa rústica, depois de um pas de deux dos noivos.
- Giselle
Estréia Mundial: 1841, em Paris.
Giselle é uma linda jovem que vive em um vilarejo nos campos da Alsácia, na França. Ela vive feliz com sua mãe, Bertha, suas amigas e Hilarion, seu namorado. É época de colheita da uva, e as festas atraem muita gente, inclusive os nobres. O conde Albrecht é um desses nobres, e, encantado por Giselle, decide se fazer passar por um lenhador, chamado Loys, para se aproximar da moça.
Giselle se apaixona pelo lenhador, e apesar dos avisos de sua mãe e das tentativas de Hilarion de desmascarar Loys, ela prefere acreditar em seu grande amor. O conde, também apaixonado, mantém a farsa com medo de perder Giselle.
Uma comitiva de caçadores nobres chega à vila. Giselle e sua mãe têm grande prazer em receber os nobres em sua casa, e a moça se diverte conversando com Bathilde, sem nem sequer imaginar que ela é a noiva de seu grande amor. Bathilde também não desconfia que Loys, de quem Giselle tanto fala, é na verdade o conde Albrecht.
Nesse mesmo dia, Hilarion entra escondido na casa de Loys para procurar algo que possa incriminá-lo, encontrando sua roupa de nobre e sua espada, e conseguindo finalmente desmascarar o conde.
Quando o jovem conta tudo a todos, Bathilde confirma que Loys é seu noivo, deixando cada morador da vila chocado com a notícia. Giselle, diante da grande decepção, enlouquece de tristeza e morre de amor.
O corpo da moça é enterrado na floresta, lar das Willis. Elas são almas de jovens que amavam muito e morreram antes do casamento. Materializam-se à meia-noite, desaparecendo ao amanhecer, e buscam se vingar, fazendo com que os homens que passeiam pela floresta dancem até morrerem de cansaço.
Hilarion vai visitar o túmulo de Giselle e as Willis começam a aparecer. Myrtha, a rainha das Willis, convida-as para iniciar Giselle em seus ritos. Hilarion, então, é perseguido e levado à morte. Albrecht aparece, carregando lírios, e Giselle surge para ele.
As Willis reaparecem, e Myrtha o condena a dançar até a morte, mas o amor de Giselle por ele é ainda grande. Ela o ampara e o protege com a ajuda da cruz de seu túmulo, poupando a vida de seu amado até o amanhecer, quando as Willis desaparecem.
- A Bela Adormecida
É um balé de um prólogo e três atos do compositor russo Tchaikovsky, o libreto de Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky, e coreografia de Marius Petipa baseado no conto de fadas do escritor francês Charles Perrault. Sua estreia ocorreu noTeatro Mariinsky em São Petersburgo no dia 5 de janeiro de 1890.
Tchaikovsky escreveu a obra entre o período do ano de 1888 à1889.
- La Sylphide
Este balé, com música de Herman Levenskiold, se passa em algum lugar da Escócia. Um escocês se apaixona por uma sílfide, mas depois cai nas mãos de uma feiticeira, que pede que ele vista um xale mágico e ela morre.
Marie Taglioni foi a primeira bailarina a dançar este balé, pois seu pai coreografou-o especialmente para ela. Ao vê-la dançar, o grande poeta francês Théophile Gauthier, disse que ela era “tão sublime e tão grande como Lamartine e Byron”, os dois grandes poetas do Romantismo.
Os figurinos são os famosos tutus românticos, com asinhas de prata na altura acima da cintura.
- La Bayadère
É um balé em três atos e cinco cenas, com música de Ludwig Minkus1 , coreografias de Marius Petipa1 e libreto de Marius Petita e Sergei Khudenov1 , teve estréia mundial em 1877, no Teatro Mariinsky de São Petersburgo.
- Paquita
Música: Deldevez
Coreografia: Mazilier e Marius Petipa.
Estréia no Teatro Royal de Música, em 1º de abril de 1846.
- O Pássaro de Fogo
L’Oiseau de feu (em português: O Pássaro de Fogo; em russo: Жар-птица) é um ballet de Igor Stravinsky de 1910 baseado noscontos populares russos sobre o pássaro mágico brilhante (ver Pássaro de Fogo) que é tanto uma bênção como uma perdição para o seu captor. A música foi pela primeira vez apresentada como ballet pelos Ballets Russes de Sergei Diaghilev, a primeira das suas produções feita com música especialmente composta para a companhia. O ballet tem significado histórico por ser a peça que deu a Stravinsky o primeiro grande êxito, e por ter sido o início de uma colaboração entre Diaghilev e Stravinsky de que iria também resultar Petrushka e Le Sacre du Printemps.
No jardim do mago Katschei havia muitas árvores, que durante todo o ano davam frutos encantados; maravilhosas maçãs de ouro.nesse mesmo jardim viviam também algumas prisioneiras. Eram belíssimas jovens raptadas e enfeitiçadas pelo mago, que as mantinha ali para preencher o seu feudo com juventude e beleza.
Num lindo dia de sol o príncipe Ivan, que passeava pelos arredores, entra sem perceber no jardim e tem uma visão extraordinária. Atraído pelas maçãs mágicas, um Pássaro de Fogo voa passando bem próximo dele. Ivan consegue segurar o belo pássaro de plumas de ouro, avermelhado e brilhante. Assustado, temendo se tornar prisioneiro, este implora por sua liberdade e, em troca, oferece uma de suas plumas. Elas tinham o poder de proteger contra os feitiços do poderoso mago do jardim.
Impressionado com toda aventura, Ivan permanece algum tempo por perto da propriedade encantada. Durante a noite, vê as princesas prisioneiras saírem do castelo de Katschei. Até o dia começar a nascer elas tinham liberdade para brincadeiras e jogos no jardim com os frutos de ouro.
O rapaz é visto pela mais bonita das moças que timidamente se aproxima e conta sua história. Ela também lhe avisa que o grande mago costuma pender os viajantes e andarilhos transformando-os em pedras. E faz isso porque teme que se espalhe o segredo da sua magia. Ivan se apaixona por ela, quer saber mais sobre a sua vida e sobre suas amigas, mas logo tem de deixá-la voltar, pois o dia amanhece. Além disso, eles já estavam sob ameaça de castigo porque as prisioneiras eram proibidas de falar com estranhos. Inconformado, Ivan quer segui-la, mas a moça implora para que não faça, dizendo ser muito perigoso desobedecer ao mago dentro do seu reino.
Ivan fica muito triste e finge aceitar o pedido da bela jovem. No entanto, corajosamente a segue pelo jardim, até que de repente, as sinetas de alarme soam e um pequeno exército de monstros aparece. A guarda do mago ataca o príncipe e o prende. Depois, leva-o à presença de Katschei que, furioso, lança sobre ele os seus feitiços.
Recordando-se da pluma encantada que havia ganhado do Pássaro de fogo, apanha-a rapidamente. Segurando-a firme nas mãos, ele agita a pluma encantada na frente do rosto do poderoso senhor. Nesse instante reaparece o pássaro Encantado, como que chamado pelo príncipe para que viesse em seu socorro e obriga Katschei e seus monstros a dança até caírem exaustos.
O pássaro de Fogo conta a Ivan que conhece o antigo e grande segredo do mago: a imortalidade da sua alma estaria trancada num grande ovo. Assim fazendo ordena-lhe que procure o ovo que se apodere dele. O príncipe consegue encontrá-lo e ainda seguindo as ordens do pássaro, quebra o ovo. No mesmo instante o mago morre, o castelo desaparece e as princesas ficam livres novamente.
A bela princesa se reencontra com o jovem Ivan e eles prometem amar-se para sempre, enquanto o Pássaro de fogo desaparece entre as árvores do jardim. Uma grande festa no novo reino é oferecida para os jovens e para os mais velhos, em honra do amor e da liberdade.
- O Corsário
O Corsário (Dinamarquês: Corsaren) foi um semanário satírico e político publicado por Meïr Aron Goldschmidt, que também escreveu a maior parte de seu conteúdo. A primeira edição foi publicada em 8 de outubro de 1840, em Copenhague, Dinamarca. Nos primeiros 6 meses, não há no semanário menos de 6 editores devido à questões de censura. Três anos mais tarde que o nome de Goldschmidt foi impresso no verso comoeditor. Em 1842, Goldschmidt foi condenado a 24 dias de prisão, uma multa de 200 rigsdaler e censura. Goldschmidt foi forçado a vender O Corsário em 1846 por 1.500 rigsdaler.
Num lugar muito distante existia uma ilha habitada por um violento bando de piratas que viviam de aventuras no mar, liderados pelo poderoso e temido chefe Conrado, o Corsário. Para celebra o casamento do chefe pirata com a bela e fascinante Medora, o grupo organizou uma grande festa onde todos se divertiam bastante: comendo, bebendo e dançando o quanto podiam. Todos estavam muito alegres até o momento em que a tristeza toma conta do coração do noivo, quando se lembra que naquele mesmo dia deverá partir para o mar com seus homens, deixando a noiva em lágrimas, já cheia de saudade. O grupo de piratas parte para o outro lado do mundo pensando em atacar o harém de paxá Seyd, rico e temido soberano que gasta seu carinho e riqueza cobrindo de jóias sua jovem favorita Guinara, que lhe obedece sempre, mesmo sem ter muito amor por ele. Um dia, quando os dois estão juntos trocando carícias e se divertindo com os pajens e dançarinos reais, a tranqüilidade do reino é interrompida pela invasão dos bandidos do mar, que entram no palácio e destroem, tudo à procura de riquezas. Os habitantes da casa real tentam fugir, mas são perseguidos e presos pelos piratas, menos a jovem Guinara que por sua calma e simpatia é respeitada e bem tratada pelo bando. Ficando ao lado dos piratas e conhecendo melhor Conrado e seus homens, Guinara se apaixona loucamente por aquele jovem aventureiro ao mesmo tempo corajoso, assustador e delicado. Certos de sua vitória definitiva, os piratas se ocupam nos dias seguintes da arrumação dos tesouros conquistados para voltarem em breve para sua ilha. Desprevenidos e despreocupados como estavam, não ladrões do seu reino e recuperar suas riquezas. Pegos de surpresa os piratas perdem a batalha e o chefe Conrado é preso e condenado a morte. Desesperada, com medo de perder o seu grande amor, Guinara aproveita um momento de repouso de Seyd e o apunhala mortalmente. Percebendo que havia morto o poderoso Paxá, a moça se dirige cuidadosamente. Às escondidas, até a cela onde Conrado estava trancado e os dois conseguem fugir juntos para a ilha dos piratas. Depois de uma longa e perigosa viagem, lutando contra o mar revolto e as tempestades, o casal consegue chegar às terras onde a muito tempo atrás Conrado deixara seus amigos e sua noiva. Por causa da demora da viagem dos piratas e falta de notícias, todos pensaram que Conrado e seu bando haviam morrido e jamais voltariam. Medora, a noiva deixada no dia das bodas, certa da morte do noivo, não se conforma e morre de tristeza. Chegando à ilha, o chefe fica sabendo de tudo que se passara na sua ausência e a atitude tomada pela pobre Medora enche de pena o coração de Conrado fazendo renascer o seu amor pela moça. Desesperado, procura seu corpo sem vida e o abraça por muito tempo. Nada mais volta a interessá-lo, nem Guinara, nem seus companheiros, nem as aventuras no mar. Foge de tudo e de todos, vai embora para longe e sozinho se atira do penhasco mais alto da ilha, na esperança de encontrar de novo sua antiga amada em outra vida.
- A Filha do Faraó
A Filha do Faraó (Balé em 3 atos e 7 cenas, com prólogo e epílogo).
Estréia: 19 de Janeiro de 1862, no Teatro Maryinski em São Petersburgo (Rússia).
Coreografia: Marius Petipa
Música: Cesare Pugni
Prólogo: Lorde Wilson é um arqueólogo inglês. Numa expedição ao Egito, ele e seu serviçal, John Bull, são convidados para visitarem a tenda de alguns mercadores. No entanto, o local é atingido por uma tempestade de areia e subitamente, os dois amigos se vêem no interior de uma pirâmide. Abalado, Lorde Wilson fuma ópio e adormece.
Cena 1 : Eis que, de repente, surge uma princesa egípcia, Aspícia . Ela transforma os exploradores ingleses também em egípcios. Lorde Wilson e John Bull são, agora, Ta-Hor e Passiphonte.
Cena 2: Na Floresta, Aspícia acompanha seus cervos em uma caçada. Ela é atacada por um leão e Ta-Hor a salva. Os dois se apaixonam. Neste momento, o Faraó aparece e manda prenderem o jovem por abraçar sua filha.
Cena 3: De volta ao templo, o Faraó faz um acordo para casar Aspícia com o Rei de Núbia mesmo contra a vontade da filha. Durante a cerimônia, Ta-Hor se liberta e salva a moça do matrimônio indesejado. Os dois fogem. O Faraó e o Rei vão atrás para capturar a noiva e o amante dela.
Cena 4 : Ta- Hor e Aspícia escondem-se em uma cabana de pescadores à beira do Rio Nilo. Ele sai pra pescar com os outros moradores e deixa Aspícia sozinha. Ela é então, surpreendida pelo Rei da Núbia, que a ameaça caso não retorne para o reino com ele. Sem pensar duas vezes, a jovem mergulha no rio, deixando claro que prefere morrer a casar-se com ele. Quando Ta-Hor e Passiphonte voltam à cabana, o Rei os captura.
Cena 5: Aspícia chega ao fundo do mãe, lugar de confluência de vários rios que dançam para ela. Ela também encontra o Deus do Nilo, que a permite voltar à terra para encontrar o seu amado.
Cena 6: Os pescadores encontram a princesa na beira do rio, justo quando Ta- Hor está prestes a ser condenado à morte sob a acusação de ter provocado a morte de Aspícia.
Cena 7: De volta ao palácio egípcio, a jovem culpa o Rei da Núbia por sua tentativa de suicídio e implora a seu pai para que Ta- Hor seja libertado. Ao ter o pedido negado, ela tenta se suicidar mais uma vez. Para impedir o feito, o Faraó volta atrás e finalmente abençoa a união do casal.
Epílogo: Neste momento, Lorde Wilson acorda ao lado do sarcófago de Aspícia e percebe que todas as emoções vividas no Egito Antigo não passaram de um sonho.
Fontes: dicas de dança, centro artistico, wikipedia